sábado, 18 de dezembro de 2010

Entre(intensões) e contenções: pequena mostra de dança contemporanea




A dança contemporânea não tem ainda resposta fechada para explicar quem “ela” realmente é, exatamente por estar acontecendo no hoje, no agora. Podemos identificar características que compõem obras de dança contemporânea como estrutura não linear, trabalhos não narrativos, multiplicidade de significados, discursos, temáticas, processos e produtos, invenção como reestruturação, referência ao passado, presença da ironia e da paródia, mudanças na configuração do tempo e do espaço, velocidade de criação e informação, uso da tecnologia, descontinuidade, fragmentação e multiplicação de imagens, rejeição a narrativa única, liberdade de criação, nova estrutura de pensamento, sentimento e comportamento artístico e social, entre outras.
Marcela Benvegnu

Toda essa pluralidade que a dança contemporânea levanta um desafio para um crítico charlatão como eu: Acessibilidade da dança contemporânea.Já que esta se constrói a partir de procedimentos plurais, muitas vezes esses procedimentos (como foi mencionado Marcela Benvegnu) muitas vezes não se conectam. Muitas vezes é organizada não para me dar a sensação tranqüilizadora de entendimento, mas sim, são articuladas como camadas que me causa uma experiência sensível por si só, mas também está construída a serviço de um tema.

Escolhi o segundo solo "Entre contenções" por razões afetivas:

O solo tem uma estranheza que é muito interessante. O espaço totalmente vazio, um desenho de luz que cria uma espécie de desvelamento revelando aos poucos as nuance, e as possibilidades que uma partitura de ação simples pode chegar na repetição até a exaustão.

O solo tem um movimento cíclico, uma bela canção que é repetida em volume progressivamente mais auto. Outra coisa que me agrada muito no solo é que o movimento, os gestos não são cadentes e harmônicos, mas também não são mecânicos. Toda a gestualidade está num lugar entre ação física e dança, e várias vezes é desconecto da musica o que potencializa a estranheza dos movimentos.

O que não é uma coisa incomum na dança contemporânea, né?

Pequena mostra de solos: http://www.salacrisantempo.com.br/home/

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