sábado, 19 de fevereiro de 2011

Prometheus Nostos


  A idéia de espetáculo em  processo de criação constante parece ser precedida pelo interesse em um material sempre vivo e em transformação. A proposta da Cia Teatro Balagan é experimentar o "espetáculo protótipo" Prometheus Nostos  nas sedes de sete diferentes grupos de São Paulo. Nos dias 18 e 19/02/2011 estiveram no Sacolão das Artes, da Brava Cia.
 O espetáculo parte de diversos textos sobre o mito de Prometeu, construindo uma dramaturgia polifônica e não linear. O espaço vai sendo modificado por quatro cortinas, ficando o público muitas vezes dividido em dois e assistindo a cenas diferentes, sem prejuízo ao entendimento da narrativa. Somos avisados antes que temos a liberdade de transitar  entre as cenas, mas só as crianças (e eram muitas) se sentiram à vontade para isso. A musicalidade da peça se mostra frágil, pretensiosa. A presença de atores-narradores é potente, mas o ritmo estabelecido se mostra monótono e as mudanças no espaço não parecem necessárias.
  É inevitável formular algumas questões que vão, todas, na mesma direção: Até que ponto esse material apresentado afeta e é afetado pelo público? Até que ponto a Cia está disponível para isso? Existe troca real? De que forma isso se reflete no processo? Até que ponto será de fato esse um processo vivo? Apesar da escolha quanto ao espaço (e também das explicações da diretora no ínicio) sugerir uma relação mais próxima com o público, a qualidade dessa relação se mostrou não muito diferente do que seria se o espetáculo fosse encenado no palco italiano.

O próximo espaço a ser visitado pelo espetáculo é o do Grupo Pombas Urbanas, no mês de março.
http://www.ciateatrobalagan.com.br/site/flash/

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