Não consegui achar imagens do espetáculo, nem qualquer informação que fosse maior que esta resenha:
Em uma sala de aula imaginária, um velho professor tenta ministrar sua última aula em memória de seu melhor amigo, um intelectual que faleceu durante os anos do nazismo.
Na bilheteria da Casa das Rosas a mulher super simpática está contando ingressos quando eu, Sueli e Diego nos aproximamos. Ela entrega os ingressos com um sorriso e comenta que a peça não tem tido muita procura, mas toda apresentação duas três pessoas vão embora sem conseguir ingresso. Por quê? Descobrirei logo, logo. A casa das rosas é um espaço alternativo e cabem não mais que vinte pessoas.
Entramos numa salinha.Como não tenho informações sobre a peça olho atenciosamente o espaço, não há objetos cênicos que tenham sido trazidos pela encenação. O abajur, a mesa, o gravador, a cadeira são objetos da casa das rosas.
Também não há sinais, nem a moça ou o moço eletrônico que pede para desligar os celulares e não consumirem alimentos, nem tirar fotos ou gravar o espetáculo sem a autorização da produção. 10 minutos passam e um clima misterioso se instaura. 15 minutos depois um homem entra na sala. Não há nada nesse homem que indique que seja um ator, ele pára, olha pra platéia, olha o relógio longamente e sai da sala.
Pronto a peça começou.
Carlos Rahal criou uma partitura muito precisa de ações, a palavra dita, em cada silêncio pausa, e olhares o ator vai revelando um pouquinho mais do universo desse intelectual, e sua tentativa de falar sobre esse amigo que morreu durante a ditadura militar (e não o nazismo como diz a resenha).
Outro grande feito da encenação é suprimir o nome do amigo e tornar as informações ambíguas possibilitando que a encenação possa acessar o universo dessa última aula de maneira muito sensível e poética.
Outra boa escolha da encenação foi se apropriar do espaço da casa das rosas, o que dá maior veracidade ao espetáculo, já que a casa das rosas é um espaço dedicado a poesia moderna brasileira e onde inclusive acontecem palestras sobre intelectuais naquele mesmo espaço.
Os Outros Justos
Com: Carlos Rahal
Duração: 50 minutos
Classificação: Não recomendado para menores de 14 anos
Texto e direção: Celso Cruz
Nenhum comentário:
Postar um comentário